quarta-feira, 11 de abril de 2012

Sobre Giz Pastel Seco, o que saber.



Esse guia é sobre a técnica de pintura a giz pastel seco macio, suas características principais, seus materiais constituintes, os melhores suportes, sua durabilidade como obra de arte, seu valor, sua técnica de pintura, sua origem histórica, seu processo de fabricação e seus principais artistas.



A Técnica: O giz pastel é uma elegante maneira de "pintar a seco", como a chamava Leonardo da Vinci. É uma técnica que emprega pequenos bastões de pigmentos secos misturados com um agente aglutinante, geralmente "goma adragante". Pastel é pigmento puro, o mesmo pigmento usado para se fazer todas as outras técnicas de pintura artística, como óleo, aquarela e acrílica.

Composição: Por sua composição simples, o giz pastel oferece ao artista a pureza total das cores, uma vez que o pigmento é aplicado em seu estado natural, as pinturas a pastel são muito mais intensas, estáveis e duráveis, quando comparadas com todas as outras técnicas existentes. Por não possuírem nenhum agente líquido como os presentes em todas as outras (óleos, resinas e vernizes), não sofrem de todos os seus problemas, como alteração e escurecimento das cores após secagem, amarelamento das resinas e vernizes, rachaduras ou empolamentos com o tempo.

Luminosidade: Pinturas a pastel, são feitas com um veículo-aglutinante tão mínimo, sutil e inerte que faz com que essa técnica tenha a mais alta concentração de pigmentos, saturação de tons e estabilidade das cores ao longo prazo entre todas as outras. As pinturas a pastel refletem a luminosidade como um prisma, sem escurecer a refração da luz, permitindo cores extremamente saturadas e luminosas. Nenhuma outra técnica de pintura possui esse mesmo poder de cor.


Suporte: O papel é o mais indicado, que deve oferecer condições de ?pega? ou de aderência aos pigmentos em pó e ele deve ter uma textura aveludada ou finamente áspera para que haja uma fixação apropriada. Os papéis do tipo Arches de grande gramatura são os mais adequados. Podem também ser usados papéis coloridos na massa, do tipo Ingres, Miteintes, Tizziano, Carmem ou similares.

Durabilidade: Existem trabalhos em pastel do século 16 que exibem até hoje o mesmo frescor como no dia em que foram pintados, há mais de 500 anos! Uma marca de giz pastel de alta qualidade gera uma obra permanente e de longevidade indeterminada quando combinada com um papel durável e adequadamente montada e emoldurada. Devido à qualidade dos materiais e pigmentos empregados, as cores são altamente resistentes ao desbotamento, sendo classificadas quanto ao seu grau de fugitividade (ligthtfastness) segundo a ASTM (American Society of Testing and Materials) como categoria "1" - Excelente - para pigmentos sem nenhuma tendência fugitiva, ou seja, sua cor não se altera quando exposto à luz.

A Técnica de Pintura: As tintas são aplicadas diretamente com os bastões e a mistura dos tons é naturalmente obtida esfregando-se os próprios dedos ou um esfuminho sobre a pintura. A característica do bastão de forma cilíndrica favorece o uso com rotações livres, o desenho de finas linhas com as arestas das bordas, e o preenchimento de amplas áreas com o bastão deitado lateralmente. Os bastões podem ser quebrados para se produzir arestas pontiagudas para os detalhes nítidos e precisos. Erros podem ser consertados com aplicações de uma borracha de vinil e podem ser quase completamente removidos. Brilhos e Clareamentos podem ser obtidos com toques leves de borracha.

Pintura & Desenho: Se o suporte é completamente coberto com o pastel, o trabalho é considerado uma pintura a pastel; um trabalho onde boa parte do suporte é deixado exposto é chamado de esboço a pastel ou desenho.

Técnica Mista: Trabalham bem como técnica única ou complementar de outras. O Pastel pode ser combinado com a tinta aquarela, guache, acrílica, carvão ou lápis de grafite numa pintura de técnicas múltiplas combinadas para se obter efeitos diferenciados.

Nome: O termo ?Pastel?, nesse caso, não se refere a ?cores pálidas? como é comumente usado nos meios de moda e decoração, e sim à consistência de sua matéria-prima durante a sua fabricação. O nome ?Pastel? vem do italiano ?Pasta?, que quer dizer ?Massa?.

Fabricação: O pó dos pigmentos puros é misturado, e são mantidos unidos, com uma pequena quantidade de goma diluída em água, formando uma massa (pasta) de consistência plástica que então é enrolada ou estrudada na forma de bastões. Após a evaporação da água, eles ficam secos e rígidos, retendo a forma, mantendo os pigmentos unidos, com uma consistência similar ao giz, só que mais suaves e agradáveis na aplicação, por possuírem um teor de talco muito inferior.

Qualidades: O pastel é uma técnica maravilhosa de pintura, extremamente direta e íntima, pois dispensa a necessidade de qualquer outro instrumento intermediário (como pincéis ou espátulas), sendo utilizadas apenas as mãos e os dedos diretamente sobre a pintura, o que confere um caráter de interação do artista com sua pintura inigualável. Ele possui uma textura maravilhosa ao tato e um odor muito aromático.

Estilos: Pastéis são ideais para criar pinturas intuitivas com movimentos largos, corajosos e firmes. É uma técnica muito apreciada para a pintura de paisagens naturais e retratos de pessoas por suas características de fusão das cores de forma extremamente sutil e em gradientes suaves e diluídos, muito adequados na representação de peles, céus, nuvens, terrenos, vegetações, tecidos e similares, fazendo dela uma opção muito interessante para composições expressivas. É também muito atraente para a pintura de grandes painéis, pois ao observá-los de certa distância a pintura e as cores se fundem de modo tão natural que o efeito é extraordinário.

Propriedades: O pastel produz um tipo de pintura delicada e suave, própria do envolvimento dos pigmentos, uns com os outros, produzindo um esfumado agradável e aveludado, de qualidades ópticas delicadas, com uma intensidade incomum, não rivalizada por nenhuma outra técnica, com cores vibrantes e luminosas. Ele cria uma rica cor opaca que pode ser facilmente misturada (fundida) e aplicada em camadas. É muito suave e fácil de ser aplicado.

Cores: A infinita variedade de cores no pastel, vai do suave e sutil ao forte e brilhante. O pastel possui tantos matizes que são conhecidas hoje mais de 1600 tonalidades.

Histórico: A técnica do pastel foi mencionada pela primeira vez por Leonardo da Vinci em 1495. Sua invenção é atribuída ao pintor alemão Johann Thiele, mas Rosalba Carriera (1675-1750), uma artista veneziana, foi a primeira a fazer uso realmente do giz pastel como material de pintura e não apenas para desenhar esboços.

Artistas: É a técnica escolhida por grandes Mestres da Pintura como: Degas, Renoir, Manet, Delacroix e Toulouse-Lautrec, para citar apenas os nomes mais familiares, e também por uma enorme quantidade de outros renomados artistas em todo o mundo, do passado ao presente.

Impressionismo: Edgar Degas (1834-1917) foi o artista mais amplamente reconhecido por transformar e elevar a reputação e os limites da pintura a pastel de uma técnica de esboço numa das técnicas artísticas mais respeitadas e admiradas do mundo.

Status: Atualmente, a técnica de pintura a pastel, goza da mesma estatura da pintura a óleo, aquarela e acrílica, reconhecida como uma das principais técnicas de pintura artística existentes.

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